Visita à Coordenadoria de Bem-Estar Animal

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Na última quinta-feira, dia 30 de março, fiz uma visita surpresa à Coordenadoria de Bem-Estar Animal (CBEA) de Ribeirão Preto, antigo CCZ, juntamente com minha Assessora Andrea Bombonato para verificar as condições em que o local se encontrava. A situação que encontramos ali é muito grave, como consequência de uma má gestão na administração anterior, e nos deparamos com uma estrutura despreparada para recolher cães e gatos em situações críticas na cidade.

O local está com lotação máxima de animais. Encontramos cães sadios dividindo os mesmos canis que cães ainda doentes. Encontramos uma estrutura precária de isolamento de cães em quarentena, colocados em gaiolas pequenas, com pouca mobilidade e sem proteção para chuvas, vento e frio noturno. Encontramos canis repletos de cães sem suas respectivas fichas de controle na entrada dos mesmos. Encontramos um gatil precário e que não fornece as mínimas condições de recuperação dos animais ali inseridos. Encontramos canis minúsculos para animais de grande porte sem que haja um revezamento ou momentos de soltura para lazer.

Essa situação é realmente alarmante. Mas estamos em uma nova administração, com a posse recente de uma nova coordenadora, a veterinária Carolina Vilela, que mostrou estar disposta a mudar a situação em que o local se encontra. Nos mostrou algumas propostas que espera colocar em prática e nosso papel será o de acompanhar essas ações para que elas realmente saiam do papel.

Dentre as propostas da coordenadora, estão a contratação de um passeador de cães para reduzir o estresse dos animais de grande porte alocados nos canis menores, irá reformar o gatil para melhorar a estrutura dos gatos resgatados, irá ampliar a área de lazer para que os cães que não possuem solarium nos canis possam ficar soltos por algumas horas, a instalação de um banho e tosa com equipamentos que estavam guardados há muito tempo na unidade, porém sem uso, e a construção de um local adequado para quarentena dos animais recém resgatados – já iniciado.

Outras propostas ainda em fase de negociação são a tentativa de estabelecer parceria entre as universidades para atendimento veterinário e o diálogo com empresas de produtos veterinários para possíveis parcerias.

Mencionei também uma denúncia por parte de algumas ONGs que auxiliam no processo de doação dos animais do CBEA e que já há algumas semanas estavam sendo informadas que não tinham animais para encaminhamento para adoção. Estas ongs acreditam que essa reação era uma forma de retaliação, pois um local com superlotação de animais e que mistura animais saudáveis com animais doentes não deveria recusar ajuda para eventos de adoção. Carolina disse que como estava ali há pouco tempo não tinha conhecimento desta informação, alegando que está aberta ao diálogo com as ONGs para que haja cooperação nessa nova gestão.

Questionei a situação do castramóvel, que foi utilizado na administração passada para fins eleitorais, e que encontra-se parado na garagem da CBEA.  Essa situação é inaceitável e um bem como este deveria estar cumprindo sua função nos bairros da cidade. A coordenadora explica que está ciente do problema e que está encontrando formas de colocar o veículo de volta em circulação. Além disso, pretende viabilizar os centros cirúrgicos do órgão para realização de mutirões de castração dos bairros do entorno.

O próximo passo é fiscalizar se essas ações realmente serão executadas e manter as visitas de forma frequente para que a situação de um órgão com tamanha importância não volte a ficar renegado como foi na administração passada.