Alô, SENHOR PREFEITO, Duarte Nogueira, SENHOR SECRETÁRIO DA SAÚDE, Sandro Scarpelini, e SENHOR SECRETÁRIO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL, Guido Desinde Filho!! Ribeirão Preto precisa COM URGÊNCIA de um local apropriado para acolher pessoas em situação de rua, que estejam com Covid-19, e de melhor integração entre Saúde e Assistência Social.

Os munícipes que estão doentes, mas com sintomas leves se tratam em casa – uns com mais, outros com menos conforto, mas em suas casas. Mas e quem não tem casa? É justo lidar com os sintomas dessa terrível doença dormindo em um banco de praça ou numa calçada, ainda mais com a alta taxa de transmissão? A saúde da paciente, na rua, permanece desassistida.

A Cava do Bosque está abrigando apenas homens em situação de rua – homens que NÃO estejam com Covid ou desconhecidamente assintomáticos. Mas como ficam as mulheres em situação de rua? Pelo que estamos acompanhando seguem nas ruas!

O Projeto Pontes, da USP, é prova dessa dificuldade existente hoje em Ribeirão Preto. Acionado para atender uma mulher em situação de rua, que, por sentir mal estar, procurou a UPA. Na primeira vez que foi atendida, fizeram o exame, porém, não a orientaram em relação a pandemia e, por conta disso, quando os sintomas pioraram, ela não buscou atendimento novamente – pois não tinha conhecimento que o vírus era a causa do seu adoecimento. A conscientização dela veio por meio do Projeto Pontes – o projeto a encaminhou para a UPA, onde ela testou positivo para Covid.

O que aconteceu depois? Essa paciente foi para a rua com Covid-19. Até o Cetrem virou as costas para ela na alegação de que essa mulher teve mal comportamento no passado – sem apresentar alternativa! E por mais que tenham o Cetrem como medida de acolhimento, para o contexto do Coronavírus, não tem uma estrutura preparada. Resultado: negaram acolhê-la porque a medida seria trancá-la em um quarto, sem poder sair em nenhum momento.

Vale reforçar também a preocupação com a alta taxa de transmissão. Diante das dificuldades, o Projeto Pontes acionou a OAB. Fizeram novo percurso com a paciente, incluindo, inclusive, uma espera de cinco horas para conseguirem uma vaga para ela passar uma noite em leito da UPA.

O Projeto Pontes nos relatou que, a princípio, foi negado atendimento e, a partir da insistência dos advogados da OAB junto à equipe médica, aceitaram atendê-la. Mas ela negou o acolhimento pela falta de estrutura do local – estava muito frio e eles não teriam sequer um cobertor – e também pela hostilidade e espera – que se arrastou das 19h de ontem até a 1h de hoje. A mulher, então, voltou para a rua acompanhada do marido, que fez o teste para saber se também está com Covid.

Esse caso chegou até o nosso mandato hoje, mas eventualmente não é o único envolvendo pessoas menos favorecidas. Antes que o Covid se espalhe vertiginosamente entre as pessoas em situação de rua e antes que muitas delas percam suas vidas sem receber o mínimo cuidado, da forma mais cruel e fria, a Prefeitura precisa agir com rapidez!

Estamos encaminhando esse apelo as autoridades competentes por e-mail e whatsapp, incluindo o Ministério Público. Aguardamos sensibilidade e providências urgentes!

Crédito da foto: Silva Junior / Folhapress