Recentemente, enviei ao Congresso Nacional e ao presidente da República, Michel Temer, uma moção de repúdio pela aprovação das Medidas Provisórias nº 756 e 758 pedindo para que estas não fossem sancionadas. Nosso pedido, juntamente com outros de grande relevância, foi atendido e as MPs não foram sancionadas.

Mas isso não significa que o problema tenha sido resolvido. Michel Temer quis apenas amenizar as críticas aos seus atos, pois deu publicidade ao veto, ao passo que não dará publicidade ao projeto de lei que enviará ao Congresso com o mesmo teor das medidas recentemente vetadas.

Estamos vivendo uma crise política que reflete diretamente na garantia de controle ao desmatamento desenfreado. E essas decisões estão tomando dimensões ainda mais assustadoras, perdendo o aporte de 200 milhões em doação da Noruega ao Fundo Amazônia. Na sequência, foi divulgada a intenção da Alemanha, segundo maior doador ao Fundo, deixar de contribuir caso os índices de desmatamento não diminuam.

Existe um movimento grande de cientistas que afirmam que retrocessos como este podem ter grandes consequências. É necessário dar voz aos movimentos coletivos que tanto alertam sobre os impactos de decisões políticas imprudentes.

Temos como exemplo recente a saída dos EUA do Acordo de Paris com a decisão desenvolvimentista de Donald Trump. Exemplos como este mostram que a política tem um poder em mãos que pode ser usado para o desenvolvimento de um país ou para fadá-lo ao retrocesso.

O desenvolvimento não pode se dar de forma a ignorar os pilares da sustentabilidade. É necessário ter desenvolvimento econômico, sim, porém, sem deixar de lado pontos importantes como os cuidados com o meio ambiente e com os aspectos sociais envolvidos.

Como exemplo local, temos um Plano Diretor passando por um processo de revisão, que será discutido e enviado para Câmara para votação. A decisão está na mão dos representantes que a população escolheu e está nas mãos da sociedade cobrá-los do dever de pensar em um desenvolvimento equilibrado.

É necessário pensar globalmente e agir localmente. E o que está ao nosso alcance, neste momento, é priorizar um Plano Diretor que traga desenvolvimento e qualidade de vida para a população sempre pensando em garantir proteção ao meio ambiente.