Autor de três das quatro linhas de investigação que revelaram, por meio da Operação Sevandija, o maior esquema de corrupção da história de Ribeirão Preto, o vereador Marcos Papa lamentou profundamente a decisão do ministro Nunes Marques, do STF, que manteve anulação das escutas telefônicas que escancararam o conluio que existia entre o Governo Dárcy Vera e a base governista na Câmara. 

Durante longo pronunciamento na tribuna da Câmara, na última quinta-feira (27), Papa relembrou os principais marcos da Operação Sevandija e a importância do trabalho realizado por seu mandato à frente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Daerp, que contribuíram para o ressarcimento dos cofres públicos em mais de R$ 56 milhões.

Respeito, mas lamento profundamente a decisão do ministro Nunes Marques de anular os áudios captados pela Polícia Federal no âmbito da Operação Sevandija. Tenho esperança que o Pleno do Supremo reforme essa decisão, mas mesmo que seja mantida, tenho a convicção de que todo o nosso trabalho para desarticular aquela quadrilha e tirar Ribeirão das mãos de uma organização criminosa, valeu a pena”.

Papa ainda acrescentou: “Havia aqui na Câmara um conluio com a quadrilha que estava no Palácio Rio Branco, liderado pela ex-prefeita Dárcy Vera. E aqui na Câmara eles não queria votar as contas da ex-prefeita que haviam sido rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado, queriam jogar para depois das eleições, o que contrariava a Lei Orgânica, mas liberava eles do fiasco, da vergonha de tentar salvar a pele da ex-prefeita, que havia arrasado com a cidade. Eu forçava aqui a votação das contas e a base, na época, tentando empurrar para depois das eleições. Houve um estresse, que resultaram nos áudios da ex-prefeita, e são esses áudios que o ministro disse que não valem para incriminar os envolvidos na época.

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