A Câmara aprovou, na sessão de quinta-feira (17), Moção de Repúdio à decisão do Conselho de Administração do Botafogo S/A que manteve a contratação do jogador Wesley Pionteck. Proposta pelo vereador Marcos Papa (Cidadania), a Moção deve-se ao fato de o jogador ter sido condenado a um ano e quatro meses de prisão em regime aberto por lesão corporal e violência doméstica contra sua ex-companheira.

A agressão, que resultou na condenação, ocorreu em janeiro de 2019 – sentença transitou em julgado. A vítima afirmou ter sido agredida pelo jogador desde o começo do relacionamento, porém, na noite em questão, Pionteck a golpeou com uma faca. Policiais encontraram a vítima ensanguentada. O jogador alegou uma crise de ciúmes.

Papa destacou que os índices de violência que atingem as mulheres no Brasil são muito superiores aos que atingem a população em geral razão pela qual a sociedade brasileira encontra-se unindo esforços para o enfrentamento a essa situação medieval.

A decisão desse Conselho afronta os esforços dos brasileiros por uma sociedade menos brutal, mais pacífica e de mais respeito à mulher. A justificativa de ‘reinserção social’ soa oportunista, haja vista não estar o Clube executando programa com tal nome e objetivo. Programa louvável de ser construído, e que contará com o meu apoio”, frisou.

Para Papa, a mensagem que o Botafogo S/A envia às mulheres, aos ribeirão-pretanos e aos brasileiros é de alienação a ações de enfrentamento, quando deveria ser o contrário, a de ciência e adesão aos esforços. “Jogadores de futebol têm visibilidade e status, às vezes são ídolos, cujas ações repercutem em nossa sociedade”, enfatizou.

E emendou: “Não podemos permitir esse destaque a alguém que cometeu ato tão grave, prejudicando a luta que as mulheres vêm empreendendo. Essa falta de respeito atinge todas as mulheres e mais diretamente as torcedoras do nosso Botafogo. Não é essa mensagem que devemos enviar à mulheres que sofrem violência. Não é essa mensagem que devemos enviar para os meninos que se inspiram em nossos atletas”.