Presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Daerp, o vereador Marcos Papa (Rede) classificou como “filme de terror” o vídeo exibido durante a reunião da última quinta-feira (25), onde o ex-diretor da autarquia Luiz Alberto Mantilla revela detalhes sobre o esquema de corrupção no governo anterior, desmantelado pela Operação Sevandija.

“Não consigo me acostumar com isso. É assustador tomar conhecimento que era esse tipo de prática adotada na administração, que esse tipo de reunião tenha ocorrido aqui dentro dessa Câmara de Vereadores. Uma coisa digo a vocês: eles não me venceram pelo cansaço na legislatura anterior e não vão nos vencer pelo cansaço nesta legislatura. Se tem alguém que vai cansar nesta história é alguém que está assaltando Ribeirão Preto e deve ser alcançado com todo o rigor da lei com as provas que vamos produzir”, enfatizou Papa.

A CPI do Daerp exibiu 20 minutos do vídeo de delação premiada que tem cerca de duas horas. No trecho, Mantilla revela que esteve na Câmara de Ribeirão Preto, em 2013, onde se reuniu com um pequeno grupo de vereadores, que disse que “mandava no Daerp” e que “precisava de recursos para campanha”. O ex-diretor do Daerp disse que, em 2015, alertou o então superintendente que o contrato de R$ 68 milhões com a Aegea Engenharia, que estava em andamento desde 2014, “não tem pé nem cabeça” e defendeu, na época, que o município devia combater o desperdício de água em vez de ser uma “fábrica de poços”.

Após a exibição do vídeo, Papa cogitou reconvocar alguns depoentes e convocar integrantes da comissão de licitação do Daerp, na época. “Estamos puxando o fio da meada, esse fio condutor que permitiu esse estratagema para assaltar a nossa cidade que sofre de novo em vários bairros com falta de água e com vazamentos por toda a cidade. Para que Ribeirão Preto nunca mais assista filmes de terror como esse que acabamos de assistir”, ressaltou.

Papa quer que Mantilla deponha à CPI do Daerp ainda esta semana, mesmo que o ex-diretor da autarquia tenha que ser conduzido coercitivamente. Como Mantilla mora em Santos, no litoral paulista, o advogado Guilherme Rodrigues alegou que ele não conseguiu se programar para atender a convocação do dia 25. “Julgamos razoável a justificativa, mas deixamos claro que aguardamos a indicação de uma data. Caso contrário, tomaremos providências”, concluiu.

Divulgação
A ausência de Mantilla na reunião da CPI do Daerp e a análise do vídeo da delação premiada foram divulgadas pela imprensa.

Matéria publicada pelo jornal Tribuna
Nota publicada pelo jornal A Cidade

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