Apontando negligência, imperícia e imprudência, o vereador Marcos Papa (Cidadania) quer que a Prefeitura de Ribeirão Preto investigue a atuação de funcionários da CBEA (Coordenadoria de Bem-Estar Animal), no caso da cachorrinha Cléo.

No ofício enviado ao prefeito Duarte Nogueira e à secretária Municipal de Meio Ambiente, Sônia Valle, datado de 16 de dezembro, o vereador cobra a abertura de expediente interno “punindo exemplarmente a gestão e os servidores envolvidos” e a “adoção premente de medidas e providências administrativas para que a CBEA possa ser um local de acolhimento sob pena de desvirtuamento das funções”.

Caso Cléo

O animal foi recolhido pelo órgão após ter sido atropelado no bairro Campos Elíseos, no último domingo (13). Acompanhada de uma advogada, a protetora de animais Claudia Alves de Souza esteve na Coordenadoria, na segunda-feira, para visitar a cachorra e a encontrou sangrando pela vulva – momentos antes, um dos veterinários da CBEA teria dito à ela que a cadelinha estava estável e sem fraturas.

A protetora voltou a CBEA acompanhada de um veterinário contratado, que assinou a transferência da cachorrinha – que está sendo tratada, desde então, em uma clínica particular. O custo da cirurgia e do implante será de R$ 5 mil. Para arcar com o tratamento de Cléo, que pode não voltar a andar, Cláudia está pedindo ajuda de pessoas que se sensibilizam com o caso (contatos direto pelo telefone 16 99603-5712).

Crédito das fotos: protetora Claudia Souza

Incapacidade

Papa, que é presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Eutanásia, criticou, mais uma vez, a falta de estrutura da Coordenadoria, que não conta sequer com aparelho de raio x. “A justificativa da Coordenadora de que o local não possui estrutura clínica adequada demonstra uma completa incapacidade administrativa confessada, notadamente para um órgão da administração pública que deveria cuidar dos animais errantes e feridos contidos no perímetro urbano”, frisou.

Ainda no ofício enviado ao prefeito, Papa também enfatiza a evidente falta de capacidade técnica da Coordenadoria de Bem Estar Animal para promover as ações que lhe são delegadas por força de ato normativo, mormente à promoção do cuidado e do acolhimento necessário aos animais resgatados ou encaminhados para cuidados no local.

Improbidade

“A postura neste caso demonstra um erro de comportamento público ou uma infração administrativa pelos servidores e seus superiores, seja pela imperícia do exame clínico realizado, pela negligência em promover o correto atendimento ou pela imprudência de manter a cadela no estado em que se encontrava”, enalteceu.

E acrescentou: “A política pública de proteção aos animais, errantes ou não, de grande porte ou não, é uma obrigação do Poder Público, destacando os valores empenhados na peça orçamentária encaminhada e recentemente aprovada pela Câmara Municipal, e que as alegações de falta de estrutura não podem ser usadas como forma de afastar as obrigações legais, sob pena de o gestor público incorrer em flagrante ato de improbidade”.

 

 

Reprodução do ofício

Cléo após a cirurgia: