Graças ao Jorge Dória almocei com Ruy Castro

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Sim, foi por causa dele, o legendário Jorge Dória, ou como preferia Nelson Rodrigues, o mais perfeito intérprete de “canastrões”, e por isso excelente ator, que almocei com Ruy Castro. É que entrei no Pinguim e encontrei o escritor almoçando com meu amigo Paulo Henrique de Oliveira, advogado brilhante e seu padrinho na Feira do Livro de Ribeirão Preto. Paulo Henrique , gentilíssimo, me convidou para almoçar com eles, mas declinei pois achei que poderia atrapalhar.

Eu já tinha até servido a salada, quando e ia me sentar sozinho quando lembrei da história do Jorge.. Era um sábado de 1989 quando o Fernando Monteiro Rodrigues, irmão que Deus me deu fora de casa, e eu, já estávamos no terceiro chope. O Jorge estava hospedado no Stream Palace, porque apresentaria uma peça à noite. Da calçada, veio para uma mesa e nos olhava de soslaio. Na terceira vez falei para o Fernando que ele deveria querer vir se sentar conosco. “Imagina Papa, deixa o cara em paz!”. Mas, na terceira olhadela, eu o chamei e ele veio correndo sentar na nossa mesa. “Puxa vida! (alterei o palavrão) Eu tava doido pra vir aqui, mas fiquei sem graça de pedir”. Ouvimos mil histórias de teatro, TV, mulheres e muitas piadas. Imagine o Jorge Dória sozinho, morto de vontade de bater papo, tomando chope no Pinguim e contando piada – piada conto eu, o Jorge dramatizava!

Depois dessa lembrança, voltei e fui almoçar com os dois. Sempre, o Pinguim…

O Ruy falou das (minhas) grandes paixões, a Bossa nova, o futebol, o samba, falou do mar e do Garrincha e do seu livro que meu pai amava. Generoso, me perguntou de política. Falei da Marina Silva e divagamos bastante. Ficamos de conferir tudo em outubro.

Quem me falou da opinião do Nelson Rodrigues sobre o Jorge foi o Ruy Castro e terminou “Olha só, graças ao Jorge hoje eu almocei com o Papa!” Nada disso Ruy, foi graças ao Paulo Henrique!