Por unanimidade, a Câmara aprovou nesta quinta-feira (5) um projeto de Lei, de autoria do vereador Marcos Papa (Rede), que proíbe qualquer tipo de censura nas redes sociais ou qualquer meio digital de comunicação da Prefeitura de Ribeirão Preto.

Matéria publicada pelo portal de notícias Revide, no dia 28 de julho, mostrou que a Prefeitura bloqueou 112 usuários e proibiu a utilização de 15 termos em suas redes, dentre eles, buracos, crateras, esburacada, nojeira, prefake, propaganda e enganosa. Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.

A Prefeitura está proibida de proibir! Esse é um claro recado ao Executivo de que não aceitamos censuras, felizmente derrubamos a ditadura há décadas. O ribeirão-pretano pode e deve escrever que tem buracos, que tem mato alto, que falta uniforme ou que faltam remédios. Não pode a Prefeitura num ato destemperado proibir o munícipe de escrever o que realmente está acontecendo na cidade. O munícipe está sendo privado de serviços que ele paga, mas não recebe, só faltava não poder nem reclamar”, frisou.

Para Papa, houve uma flagrante confusão entre público e privado: “O prefeito pode fazer o que bem entender com sua página pessoal, mas jamais com a página oficial que pertence a todos nós, ribeirão-pretanos. Na página oficial é inaceitável qualquer tipo de censura. Quero acreditar que não foi ordem do prefeito os bloqueios, mas ele deve punir exemplarmente quem fez essa confusão, essa insanidade misturando público e privado”.

Até então, qualquer publicação ou comentário nas redes oficiais que use um dos 15 termos é automaticamente bloqueado. No projeto aprovado na Câmara, Papa especifica censura como a prática de bloqueio de usuários e de proibir palavras e expressões que não violem as políticas de uso estabelecidas pelas redes sociais.

A proposta ainda especifica que o agente político que se sentir ofendido por qualquer usuário da página oficial deverá buscar retratação e eventual indenização, por meio do Judiciário ou do Ministério Público, como qualquer cidadão.

Por fim, o projeto de Lei ressalta que o Poder Público deve zelar pela impessoalidade dos atos da administração pública reforça a proibição já prevista nas políticas de uso das redes sociais de manifestações relacionadas a injúria, racismo, homofobia, violência, entre outros.

Ainda de acordo com reportagem da Revide, a administração atual gastou R$ 24 mil para impulsionar publicações no Facebook. A matéria especifica que dos 112 usuários, 31 foram bloqueados na gestão do prefeito Duarte Nogueira e 81 no governo da ex-prefeita Dárcy Vera – o ápice ocorreu em 2016, ano em que foi deflagrada a Operação Sevandija.

Aprovamos o fim da censura nas páginas oficiais da Prefeitura!!

Posted by Marcos Papa on Thursday, September 5, 2019

 

Repercussão na imprensa:

https://www.revide.com.br/noticias/politica/camara-aprova-projeto-contra-censura-com-base-em-materia-do-portal-revide/