Presidida pelo vereador Marcos Papa (Rede), a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara, que acompanha casos de eutanásia praticados pela Coordenadoria de Bem-Estar Animal, se reunirá nesta quarta-feira (30), às 18h30, na Sala das Comissões, para ouvir veterinárias que contestarão falas de funcionários da CBEA.

Confirmaram presença as veterinárias Sandra Regina Ribeiro da Silva, da ONG Focinhos SA, e Inaê Bárbara Febrini Papa, da ONG AVA. O Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) também foi convidado pela comissão, mas solicitou que seja agendada nova data.

“A Coordenadoria de Bem-Estar Animal vem revelando uma desestruturação assustadora, um despreparo total no trato com a vida animal e isso coloca Ribeirão Preto numa situação medieval quando o assunto é causa animal”, frisou Marcos Papa.

No último dia 10, a CPI da Eutanásia ouviu o veterinário da CBEA, Gustavo Cunha Almeida Silva e o encarregado Davi Batista Pinto. Ambos confirmaram a total falta de estrutura da Coordenadoria. A maior polêmica da oitiva refere-se a afirmação de Silva de que a “principal causa de eutanásia na CBEA deve-se a cinomose por ser uma doença que não tem cura”.

Protetoras e ativistas que acompanhavam a oitiva afirmaram que a cinomose é reversível em grande parte dos casos. Para o presidente da CPI, as últimas oitivas abriram a caixa-preta da CBEA e os depoimentos desta quarta-feira contribuirão para esclarecer todos os pontos obscuros que vêm sendo praticados na Coordenadoria.

“Os próprios funcionários admitiram que a CBEA não tem como fazer um hemograma, não tem como fazer um raio x. Se não tem estrutura básica para examinar como podem afirmar que o animal precisa ser eutanasiado no mesmo dia em que deu entrada na Coordenadoria? Ciência não se faz com política de achismo e animais não podem ser assassinados por falta de estrutura. É assustador e isso precisa mudar imediatamente”, concluiu Marcos Papa.