Foto: Cultura Mix

A umidade relativa do ar no Deserto do Saara varia entre 10 e 15%. Ribeirão Preto está vivendo hoje na faixa dos 14%. Os anos passam e o problema se repete: sempre nesta época do ano os índices ficam muito abaixo do recomendado, que é de 60%, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas).

É comum que estes índices caiam durante o inverno devido ao período de escassez de chuvas. Porém, níveis muito baixos são alarmantes e colocam a cidade em situação de alerta. A baixa umidade do ar traz sérios problemas de saúde para a população, afetando ainda mais crianças e idosos, principalmente com problemas respiratórios.

O que dizer de uma cidade que possui um Plano Diretor de Arborização Urbana desde 2012 e um Plano Municipal de Arborização Urbana desde 2016 e até o momento não passam apenas de folhas de papel impressas guardadas na gaveta da Secretaria de Meio Ambiente?

Considerando o papel que as árvores têm na formação do microclima local, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar, proteção térmica, absorção de ruídos e que, no contexto de formação de florestas urbanas, pode contribuir, e muito, com a manutenção da umidade relativa do ar em padrões mais razoáveis do que o que estamos vivendo atualmente, qual seriam os motivos para que esses planos não tenham saído do papel até o momento?

Há muito tempo venho falando da importância de tirar esses estudos do papel. É importantíssimo que essas ações sejam tomadas agora para que possamos colher os benefícios daqui alguns anos. Quanto mais tempo se passar sem que a cobertura vegetal de Ribeirão atenda padrões mínimos, instituídos, inclusive, na própria Lei Orgânica do município, maiores serão os prejuízos causados à saúde pública e ao meio ambiente.

De acordo com as apresentações da revisão do Plano Diretor, uma das peças inseridas é o Plano Estratégico do Sistema de Áreas Verdes e Arborização Urbana, que terá um prazo para elaboração de um ano após a aprovação do novo Plano.

Enquanto isso não acontece, ficamos de mãos atadas, sem a possibilidade de implantação de um plano já existente aguardando a elaboração de outro. Nossa expectativa é que este Plano Estratégico seja ainda melhor que o anterior e que seja efetivamente implantado para que todo este tempo de espera tenha valido a pena.

Nos resta aguardar as discussões sobre o tema para que possamos nos manifestar e garantir que Ribeirão seja tida como referência em arborização e, consequentemente, em qualidade do ar.

Marcos Papa
Vereador em Ribeirão Preto